Outubro Rosa – Saúde da Mulher é algo para ser abordado todos os dias

A saúde da mulher é uma pauta discutida o ano todo, especialmente em outubro, onde o planeta se volta para um problema que tira em média 458 mil vidas em um ano, o câncer de mama.

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. Ele é o câncer mais comum entre mulheres ao redor do mundo e no Brasil, podendo também acometer homens, porém é raro, já que representa menos de 1% do total de casos da doença. Em homens esse câncer é relativamente raro antes dos trinta e cinco (35) anos, acima desta idade sua incidência (termo que aqui referir-se ao número de novos casos surgidos numa determinada população e num determinado intervalo de tempo) cresce progressivamente.

 Anatomia do peito feminino. Ilustração: matoommi / Freepik.com

Abaixo estão listados os tipos de câncer de mama que existem, seus sintomas e incidência.

CARCINOMA DUCTA IN SITU: Esse tipo de câncer se inicia nos ductos mamários, que são os responsáveis por levar o leite produzido nas glândulas até o mamilo. Esse carcinoma não se espalha pela corrente sanguínea, nem invade outros tecidos. Por isso se caracteriza como não-invasivo.

CARCINOMA DUCTAL INVASIVO:  Esse carcinoma também acomete os ductos mamários, sua principal característica é que o tumor pode invadir os tecidos que circundam os ductos. Ele representa 65 a 85% dos cânceres de mama invasivos. Esse carcinoma pode crescer localmente ou se espalhar para outros órgãos por meio da corrente sanguínea e também por vasos linfáticos.

CARCINOMA LOBULAR IN SITU: Esse câncer se dá origem nas células dos lobos mamários, glândulas responsáveis pela produção do leite, e esse carcinoma não se espalha pela corrente sanguínea nem invade outros tecidos, entretanto pode surgir outros focos dele dentro da mesma mama, assim sendo chamado de multifocal. Ele representa de 2 a 6% dos casos de câncer.

CARCINOMA LOBULAR INVASIVO: Se origina nos Lobos mamários, além de ocupar o ranking como segundo tipo mais comum de câncer de mama. Esse carcinoma cresce localmente e pode invadir outros tecidos e se espalhar na corrente sanguínea.

CARCINOMA INFLAMATÓRIO: Este carcinoma é o tipo mais agressivo de câncer e também o mais raro. Ele se apresenta como uma inflamação na mama, devido as células tumorais que bloqueiam os ductos linfáticos que existem na pele sobre o tecido mamário, uma vez com eles bloqueados é desenvolvida a inflamação da mama, já que o sistema linfático ajuda na defesa do corpo contra infecções e inflamações. Esse carcinoma possui alta chance de se espalhar por outras partes do corpo e produzir metástase.

Metástase é um processo onde um tumor se espalha por outros partes do corpo, isso pode acontecer com todos os tipos de câncer.

DOENÇA DE PAGET: Esse tipo de câncer se inicia nos ductos mamários e logo em seguida atingindo a pele das aréolas e dos mamilos, ele é uma forma muito rara de carcinoma. É caracterizado pelas mudanças da pele dos mamilos, como crostas e inflamações, há casos em que não há sintomas.

TUMOR FILOIDE: Muito raro, esse câncer se desenvolve no tecido conjuntivo da mama, é um tecido que envolve os ductos e lobos além de vasos sanguíneos e vasos linfáticos.

ANGIOSARCOMA: Ele é um tipo de câncer que pode iniciar nas células que revestem os vasos sanguíneos ou vasos linfáticos por todo corpo, mas raramente ocorre na mama.

Os sintomas do câncer de mama podem variar muito em relação ao tipo e estágio do tumor, mas a maioria dos tumores de mama em seu estágio inicial não causam sintomas.

Para que ele já esteja perceptível ao toque é necessário que tenha atingido cerca de 1 cm³, o que representa um estágio bem avançado do câncer. Logo o mais indicado é fazer exames preventivos na idade adequada, como a mamografia, antes que algum sintoma passe a aparecer. Algumas reações que você pode identificar que sejam possíveis sinais do câncer de mama são:

  • Vermelhidão na pele, inchaço ou calor;
  • Alterações no formato dos mamilos e das mamas;
  • Nódulos na axila;
  • Secreção escura saindo pelo mamilo;
  • Pele enrugada, como uma casca de laranja;
  • Em estágios avançados, a mama até pode abrir uma ferida.

O câncer de mama não tem uma causa única, diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como idade, fatores hereditários, comportamentais e ambientais. Abaixo será discutido individualmente os fatores:

IDADE: Mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas, já que nessa idade a mulher está em exposição do hormônio estrogênio a muito tempo, fator que aumenta o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama;

GENÉTICA: Como outros cânceres o Câncer de Mama acontece devido a uma alteração genética, que pode acorrer ao longo da vida, em decorrência de condições externas, ou essa mutação pode ser herdada de sua família. No entanto, cada diagnóstico é único e precisa ser analisado em sua particularidade, pois não é tão simples determinar se a mutação dos genes ocorreu por herança genética ou não. Além disso somente 27% dessas mutações genéticas são atribuídas a fatores hereditários, contra 73% restantes que estão ligados a fatores externos.

MENSTRUAÇÃO PRECOCE: O câncer de mama tem uma grande relação com a menstruação, já que ela é o início do período em que o corpo da mulher passa a produzir quantidades maiores de estrogênio (ou estrógeno), esse hormônio é responsável pelas características sexuais femininas, tais como o tamanho dos seios e o controle da ovulação. Ele está inteiramente ligado ao desenvolvimento de células da mama feminina, entretanto em quantidades alteradas culmina na proliferação desordenada de células mamárias, resultando em um tumor. Se a mulher tiver sua primeira menstruação aos nove (9) ou dez (10) anos de idade, é um sinal de que seus ovários intensificaram a produção do hormônio cedo, expondo seu organismo ao estrógeno por mais tempo no decorrer da vida.

MENOPAUSA TARDIA: Um caso semelhante ao acima é da menopausa tardia, onde os ovários da mulher continuam a produzir estrogênio, expondo as glândulas mamárias ao crescimento celular desordenado.

TUMOR ANTERIOR: Pacientes que já tiveram câncer tem alta probabilidade de apresentar outro tumor.

AUSÊNCIA DE GRAVIDEZ: Devido à ausência da amamentação a mulher fica mais predisposta a ter câncer, já que a amamentação estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade de hormônios. Segundo o INCA, alguns processos que ocorrem na amamentação promovem a eliminação e renovação de células que poderiam ter lesões no material genético diminuindo assim as chances de câncer de mama na mulher.

OBESIDADE: A obesidade é um fator de risco no surgimento de um câncer de mama, principalmente depois da menopausa, já que após os ovários interromperem a produção de hormônios o tecido gorduroso passa a atuar como uma nova fábrica de estrogênio. Mulheres obesas têm mais gordura corporal e, portanto, seus níveis de estrógeno são mais altos.

COLESTEROL ALTO: O colesterol nada mais é que gordura, essa como já citada acima é matéria prima para a fabricação do estrógeno. Logo mulheres com alto colesterol possuem níveis de estrógeno mais altos, aumentando o risco de câncer de mama.

REPOSIÇÃO HORMONAL: A reposição hormonal é muito procurada por mulheres visando diminuição dos sintomas da menopausa. Mas essa reposição de estrógeno e progesterona pode aumentar significativamente as chances de câncer de mama, infarto do miocárdio e embolia pulmonar, de acordo com uma pesquisa do WHI (Women Health Initiative), nos Estados Unidos na década de 1990.

A mamografia, ressonância magnética, ecografia e outros exames de imagem podem ser feitos para identificar uma alteração suspeita de câncer de mama, mas é necessária uma biópsia do tecido coletado da mama.  A realização da mamografia regularmente é o principal instrumento para rastrear o câncer precocemente, ele é um exame de rotina feito em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama.

Hoje em dia existem diversos tratamentos para o câncer de mama. Todos os tipos de câncer são retirados com uma cirurgia, onde parte da mama ou ela toda podem ser retiradas, em alguns casos pode ser que a cirurgia seja combinada com outros tratamentos. Na definição da abordagem com a paciente é lavado em conta seu estado de saúde e qual impacto na qualidade de vida.

A terapia local do câncer de mama é composta por duas partes, uma cirurgia parcial ou total seguida de radioterapia. Quando o tumor está em seu estágio inicial a retirada é mais fácil e com menor comprometimento da mama. A radioterapia é uma terapia que usa radiação ionizante no local do tumor, ela é muito utilizada àquele que ainda não se espalharam. Quando o carcinoma não foi retirado completamente com a cirurgia a radioterapia entre em ação, contra o que restou do câncer.

Já a terapia sistêmica é um conjunto de medicamentos que serão administrados por via oral ou endovenosa. O tratamento não é feito de forma local, ou seja, é uma medicação que irá percorrer por todo o corpo. Há três (3) tipos de terapia, Quimioterapia, Hormonioterapia e Imunoterapia.

Começando com a quimioterapia, ela utiliza medicamentos orais ou intravenosos, visando destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. Ela pode ser feita antes e depois da cirurgia.  Já a hormonioterapia impede a ação dos hormônios que fazem as células cancerígenas crescerem. A imunoterapia se baseia em drogas que bloqueiam alvos específicos de determinadas proteínas ou mecanismo de divisão celular presentes apenas nas células tumorais. Quando o tumor apresentar certas proteínas em grande quantidade a droga irá destruir essas células.

A prevenção contra o câncer de mama é real e possível. Hábitos saudáveis simples são de alta ajuda.

A prática de exercícios físicos é uma aliada na prevenção, já que controla o peso, o colesterol e o estresse. Uma dieta bem balanceado proporciona um corpo que trabalha melhor, logo um corpo saudável. A amamentação como já foi abordada também é um meio de se prevenir, quando a mulher amamenta ela estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade de estrógeno em sua corrente sanguínea.

O ponto da mamografia como processo preventivo tem que ser ressaltado, as mulheres devem começar a fazer mamografias anualmente após os 40 anos, para quem possui um histórico familiar da doença o exame deve começar a ser feito dez (10) anos antes do caso mais precoce na família. O Ministério da Saúde recomendada que mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos façam o exame a cada dois anos.

 

Fonte: Ministério da Saúde, INCA, Femama, Dra. Suzana Vieira – Endocrinologista, UOL – Saúde, Blog – MedPrev.

 

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